sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"Padre, eu sou aquele sinal que Maria lhe prometeu" - Testemunho do Pe. Eugênio Maria La Barbera


















“O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber.” (Marcos 4, 26)

Galera Luz e Vida, achei interessante partilhar com vocês o testemunho deste sacerdote que foi alcançado pela Santíssima Virgem em Medjugorje... É chocante!


Padre Eugenio Maria La Barbera nasceu em Milão, Itália, numa família profundamente católica; viveu a juventude numa época de “revolução cultural” e mudanças sociais (a época do famoso maio francês de mil e novecentos e sessenta e oito), em que a sociedade se dividia praticamente entre direita e esquerda. Ao optar pela esquerda, mais ligada aos pobres, o jovem Eugênio mergulhou no movimento estudantil de fundo cristão, embora tenha sido sempre levado mais por assuntos sociais do que religiosos.

Nessa entrevista, concedida a Sílvia Bruno Securato, Padre Eugênio conta de que maneira Deus – contínua e misteriosamente – agiu, e continua agindo, em sua vida.

Religiãocatólica.com – Pe.Eugênio, fale um pouco de sua vida, como foi sua conversão?

Pe.Eugenio – Embora minha família fosse católica praticante e eu tenha estudado no colégio dos padres salesianos, quando moço afastei-me de Deus. Até o dia em que fiquei noivo, e minha noiva, que pertencia à Renovação Carismática Católica, procurou levar-me de volta à Igreja. Movido mais pelo ciúmes, para não deixá-la ir sozinha, do que por convicção religiosa, comecei a ir à missa com ela. Aos poucos, porém, fui tendo uma visão diferente de Deus, é como se o Senhor estivesse vindo ao meu encontro, ou melhor, ao nosso encontro. O Senhor nos chamou e esse chamado foi tão forte e tão verdadeiro, que quando faltavam seis meses para o nosso casamento, decidimos, ambos, nos consagrar a Deus. Ela como missionária e eu como missionário.

Religiãocatólica.com – Pode-se então dizer que essa foi a primeira de suas muitas “conversões”?

Pe.Eugenio – O que posso dizer é que nossa vida é uma conversão contínua, mas sem dúvida posso considerar a entrada no seminário como minha primeira conversão. A seguir o Senhor me chamou aqui no Brasil, onde começou uma segunda conversão. Foi no tempo que trabalhei como coadjutor na paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no Brooklin (S.Paulo), onde estava começando o movimento da Renovação Carismática Católica. Para mim, os carismáticos eram todos loucos e confusos. Tenho formação em filosofia, teologia, sou estudioso de São Tomás, gosto de argumentos claros e concretos.

Religiãocatólica.com – O Senhor se considerava portanto um “racional”. Como foi possível conciliar São Tomás de Aquino com o movimento da Renovação Carismática Católica?

Pe.Eugenio – Fui convidado a participar do primeiro retiro pregado no Brasil pelo Padre Tardiff. Consegui recusar o convite. Fiquei sabendo depois que os participantes do grupo de oração durante seis meses rezaram o rosário completo ao redor da Igreja do Sagrado Coração, onde eu dormia. Passados seis meses, o convite foi renovado. Tentei novamente recusar, colocando condições, fazendo exigências, mas todos os meus argumentos foram derrubados. Hoje digo que participei desse encontro graças ao poder da oração.

Religião Caatólica.com – Como foi derrubado seu “preconceito” em relação aos carismáticos?

Pe.Eugenio – Eu ouvia o Padre Tardiff, fazia perguntas e achava as respostas pouco convincentes. Não podia deixar de observar, contudo, que o que se dizia sobre a primeira comunidade apostólica estava dentro do conceito bíblico e cristão. Mas, pensava então, essas são coisas aconteceram há 2000 anos... Naquela época isso era possível.... Mas hoje já não são possíveis tantos milagres e muito menos esse tal “falar em línguas” ...Entretanto eu sabia que Santo Agostinho se referia ao “falar em línguas” bem como a outros carismas. E o dom da cura? Afinal o Padre Tardiff falava com uma convicção incomum... Sem dúvida uma coisa me impressionou sobremodo: foram as confissões que recebia, dando testemunho de conversão. De modo especial a de um padre que teve uma experiência de conversão semelhante à de Santo Agostinho. Finalmente, quando durante o encontro foi entoado um canto que falava da queda dos muros de Jericó, entendi que eu era este muro que deveria cair....

Religiãocatólica.com – Então, o muro caiu?

Pe.Eugenio –Exatamente. Pedi para receber o Batismo no Espírito Santo e o próprio padre Tardiff rezou sobre mim com todos os outros padres, perguntando-me se estava disposto a escolher Jesus como o único Senhor de minha vida. Respondi afirmativamente e, quando levantei o olhar, vi um pequeno terço com uma cruz, e Maria e João de cada lado. Dentro de mim ouvi uma voz que me dizia: “Pense bem, Eugênio, porque o Cristo que você está escolhendo sou eu, o Crucificado”. A partir daquele momento minha vida passou a ser uma vida crucificada, sim, mas uma vida feliz e cheia de paz. Posso dizer que tudo mudou: minha impostação como sacerdote, como cristão dentro da Igreja e, sobretudo, a abertura à Renovação Carismática. Alguns meses depois chegou ao Brasil o padre Robert De Grandis. Acontece que eu sofria de leucemia que, embora leve, exigia cuidados constantes. Fui apresentado ao padre De Grandis, o qual rezou sobre mim dizendo-me que o Senhor me curaria mas que, como agradecimento, eu também deveria ajudar Jesus no ministério de cura. Depois caí no chamado repouso no Espírito e quando acordei estava me sentindo muito, mas muito bem.

Religiãocatólica.com – O senhor se considera agraciado por um milagre?

Pe.Eugenio – Quando refiz os exames clínicos de rotina, o médico se admirou, pois a porcentagem de glóbulos brancos estava normal. Foi pedido novo exame, confirmando-se a taxa de normalidade. Voltei à Itália e novas análises mais pormenorizadas mostraram a cura total. É como se nunca tivesse tido leucemia. Ou seja: quando Jesus cura, Ele o faz completamente. Mas apesar desses fatos extraordinários, eu relutava em fazer orações para os doentes.

Religiãocatólica.com – O senhor não acha que quando Jesus quer alguma coisa de nós, Ele sabe esperar?

Pe.Eugenio – Foi precisamente o que aconteceu. Eu já era pároco na Igreja da Sagrada Família, na rua Verbo Divino, em São Paulo, quando por ocasião da primeira Páscoa que celebrei, duas meninas me trouxeram a mãe diabética para que a curasse das chagas nas pernas, que não lhe permitiam andar. Lembro-me que estava cansado, mas muito cansado mesmo, atarefado, atrapalhado naquele momento. Mais pelas meninas do que pela mãe, resolvi pedir ao Senhor que abençoasse e curasse aquela mulher “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. E as chagas começaram a se fechar diante dos meus olhos.... A notícia se espalhou e foi daí que comecei a celebrar missas de cura. No decorrer dessas missas tive certeza de que o Senhor pode agir, de que o Senhor cura e que também faz milagres.

Religiãocatólica.com – Como o Senhor se sentiu?

Pe.Eugenio – Eu sabia que era um instrumento de Deus já que, como disse antes, eu tinha escolhido o Crucificado como o único Senhor de minha vida. Passei então por mais uma “conversão”. Fui enviado à Itália para estudar e, em Roma, participei de um grupo de Renovação Carismática formado por jovens. Um belo dia, esses jovens me pediram para acompanhá-los numa pregação no centro de Roma. Não é fácil falar de Deus a pessoas que não estão minimamente interessadas. Foi quando me pediram para proclamar a palavra. Muito envergonhado, comecei a falar e lembro-me de uma coisa importante: um jovem muçulmano me disse: “Padre, não sou católico e não vivo bem a minha fé Amanhã inicia o Ramadã e vou procurar ser um bom muçulmano”. Anos mais tarde, num encontro em Brasília fui procurado pelo irmão de um daqueles jovens romanos. “Sabe aquele rapaz muçulmano? Hoje é monge beneditino!” Mais um sinal de que a palavra de Deus age nos corações sem que nós possamos freá-la. Mas voltando a minha experiência em Roma, um dia recebi a notícia de que meu pai tinha três meses de vida. Câncer nos ossos. Fui então cuidar dele até o dia em que morreu. Além disso, aconteceu que o sócio de meu irmão havia dado um desfalque, fugido com o dinheiro e meu irmão acabou sendo preso. Esses acontecimentos me abalaram a tal ponto que resolvi passar algum tempo em nossa casa de veraneio, perto de Milão. Foi então que resolvi deixar o sacerdócio.

Religiãocatólica.com – O Senhor disse deixar a vida sacerdotal !!!?

Pe.Eugenio – Sim, porque sentia que não tinha mais forças para continuar.

Religiãocatolica.com – E o que foi que o fez desistir?

Pe.Eugenio – Alguns meses depois, fui convidado por um padre, nosso velho amigo de família, a participar de uma peregrinação a Medjurorje. Aceitei o convite, mesmo sem acreditar naquelas aparições. Na noite em que chegamos haveria uma aparição, mas só os peregrinos do grupo de oração poderiam subir até o alto da montanha. Eu me senti bem feliz por não poder ir, fiquei até aliviado. Um de meus amigos me disse então que sob a cruz de Medjugorje havia uma estrela, sinal de Nossa Senhora nos convidando a fazer a via sacra. “Ele está louco”, pensei. “Como pode uma pessoa inteligente e instruída acreditar nessas coisas?” Fomos rezar a via-sacra. Estava garoando e, para minha surpresa, percebi que minha japona não estava molhada... Toquei o chão, chovia. Tocava minha japona, estava seca. Tocava os outros, estavam molhados... Fiquei ansioso, senti até medo. Além disso, daquela única estrela sob a cruz, formaram-se vários círculos de estrelas...

Religiaocatolica.com – Até que ponto o Senhor acha que Nossa Senhora realmente quis lhe mostrar o caminho?

Pe.Eugenio – O que vou contar a seguir vai lhe dar a resposta. No dia seguinte pediram-me para rezar o terço com os peregrinos, até a colina das aparições. Findo o terço, sentei-me no chão, sozinho. Veio então uma pessoa e me perguntou se eu era o Padre Eugênio, do Brasil. Tive receio, porque estava num país comunista que proibia funções religiosas fora da igreja. Respondi “Sim, sou eu. Quem é o senhor?” “Não importa quem eu sou. Nosso Senhor Jesus Cristo, por intercessão de Nossa Senhora, manda lhe dizer que o senhor não pode tirar a fé simples do povo, como fez com aquele jovem no Brasil.” Somente eu, e mais ninguém, sabia que eu havia proibido um jovem de falar sobre Medjugorje. “Já que o senhor não acredita” continuou aquela pessoa, “Nossa Senhora lhe dará um sinal pessoalmente”.

Religiaocatolica.com – Como o senhor se sentiu vivendo essa experiência?

Pe.Eugenio – Confesso que me senti morrer. Não queria outros sinais, esses já eram suficientes. Pouco antes de deixar Medjugorje, rezei novamente a via sacra e entre os peregrinos havia um rapaz que chorava convulsivamente. No final, o rapaz pediu para se confessar; depois arregaçou as mangas e mostrou-me que era drogado. Em seguida pegou a ampola com que se drogava e quebrou-a nas pedras. Disse-me então: “Padre, eu fui curado. E eu sou aquele sinal que Maria lhe prometeu”. Voltei ao Brasil, assumi a paróquia da Sagrada Família e daí para a frente tudo o que fiz já havia sido dito por Nossa Senhora. Todos os anos, no mês de janeiro, ia a Medjugorje. Até que uma vez Nossa Senhora mandou-me dizer- por meio de uma das videntes – que eu devia rezar, mas rezar muito, e que devia fundar uma comunidade nova, composta de casais, leigos, religiosos, religiosas, uma igreja completa, dirigida por Ela. E disse mais: o dinheiro inicial seria o da minha herança, porque não era um dinheiro meu, mas de Deus, e o resto seria providenciado por Ela. Para mim foi um choque, porque ninguém sabia de minha herança!

Religiaocatolica.com – O desafio estava lançado. Como o senhor o realizou?

Pe.Eugenio – Eu fui falar com meu bispo, D.Fernando Figueiredo, o qual me disse para rezarmos. Até que um dia algumas pessoas da comunidade vieram me visitar para dizer que queriam fazer algo de novo na Igreja ... Falei-lhes, imprudentemente, do pedido de Nossa Senhora e...

Religiaocatolica.com – E daí eles ficaram empolgados!

Pe.Eugenio – Eles, muito empolgados. Eu, nada empolgado. Era o dia 15 de agosto, festa da Assunção de Nossa Senhora. No ano seguinte fui a Medjurogje e à Itália, dar assistência a minha madrinha que estava doente, quando me telefonaram da Cúria de Santo Amaro. Era o dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, e o bispo havia assinado o decreto que reconhecia a nova fraternidade dentro da Igreja. Voltei ao Brasil, foram chegando jovens com vocação, moças da comunidade, casais. Alugamos uma casa, compramos um terreno e a coisa foi crescendo. Nossa Senhora pediu-me então para construir um abrigo para meninos de rua. A obra foi orçada em trezentos mil dólares! Então, um dia, chegou uma pessoa dizendo que providenciaria o dinheiro, que podia começar a construção. Em janeiro próximo, a obra deverá estar pronta. Nós vivemos da Providência. No fim deste ano farão os votos o primeiro irmão e a primeira irmã de nossa fraternidade que, aliás, já foi reconhecida como uma associação pública de direito diocesano.

Religiaocatolica.com – Quer dizer que Maria é apressadinha, não é?

Pe.Eugenio – É isso mesmo, até parece que nós estamos correndo atrás dela. Já colocamos a primeira pedra do mosteiro, sempre confiando na Providência Divina. Posso lhe dizer que já não temos espaço para tantas vocações. A obra está caminhando e nós procuramos ouvir a palavra do Senhor. Como naquele dia em que me propus a obedecer ao Senhor, deixando que Ele dirigisse a minha vida. Nós fazemos também um 4o voto, que é o da humildade.

Religiaocatolica.com – Para terminar, por quê Eugenio Maria e não mais Eugenio?

Pe.Eugenio – Porque na minha consagração monástica acrescentei Maria ao meu nome. Eu sou um católico de direito ambrosiamo, todos os que nascem em Milão são batizados no direito ambrosiano, são consagrados a Maria. Era algo que já era meu, mas que ninguém sabia.

Espero que tenham gostado... Deixem os comentários!

Seu irmão
Bruno Bressani


Um comentário:

  1. Bruno muito bom mesmo!! Parabens por colocar tanta coisa boa aki! A internet tb tem o seu lado bom!! obrigado!!

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